Estou feliz em dizer que, por fim, já não voo alto em busca de breves aventuras através daquelas nuvens de ingratidão, já não passo pelas tempestades de desejo sem sentimento, e nem me iludo com os arco-íris fracos e incertos depois destas, e acima de tudo, não sou mais o pássaro que pela Sua imensidão plana, achando-se livre, mesmo ao seguir seus polos, fugindo do frio de suas palavras e do gelo de seus erros.
Agora, ao invés do claro e arrogante azul do céu, mergulho fundo neste oceano de águas escuras, me afogando em estabilidade, nadando entre doces e pequenas moléculas de elogios, e ao meu redor tudo oque vejo é você, em carinhosos tons de azul e verde-água. E se por acaso o mar para a praia me levar, sei que suas ondas de conforto me trarão de volta em seus abraços molhados de compreensão; e se o frio dos ventos da inveja vierem a você congelar, sei que, por dentro, suas águas me guardaram contigo, por quanto tempo precisar.
Agora sou apenas um mísero peixe, vivendo nas profundezas em companhia de seus tubarões de orgulho e serpentes de poderosos venenos, que, porém, não só machucam, como curam também.
Ensina-me a nadar, oh, completa imensidão, e me leve por esta corrente de paixão e amizade.
terça-feira, 25 de março de 2014
Dos dois tons de azul
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