terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Poema/Poesia

A Queda

Caminhando pela vila, eterna
Passando em cima de folhas e galhos, poeira turbulenta
Deixando a cada passo a ferida eterna
Sujando a cada passo a estrada sangrenta

Ao redor não há olhos para bisbilhotar
Vago lentamente, porém sem ar
Na sede de uma luz achar
A luz que ao fim da estrada, na última cerca irei encontrar

Sem os rostos me lembrar, deixo a memória se apagar
Sem dor nem alma, deixo a ferida sangrar
Na água o reflexo de um olhar
O torpor do brilho, sem reflexos no mar

Vem a chuva, nunca vou parar
Esperando ansiosamente ao destino chegar
Ando vagamente, porém sem ar

Vejo algo no horizonte, oque poderia ser?
Me pergunto se ao meu destino cheguei
Se a luz me entregarei
Com esperança corro

Esquecendo a dor,
O sangue,
O galho,
A folha
Corro com oque meu corpo ainda consegue suportar

Vi de relance a lama na grama
Escondendo meu destino
Entorpecendo a caminhada
Revelando seu solo leve
Jorrando eterna queimada

Foi neste desvio que eu nem vi
Quando meu corpo se deitou, fazendo-me cair
Feliz porém fiquei
A luz então achei

Não achei que seria assim, tão rápido
Olhar a cachoeira, o rio abaixo
Na queda, eu vi
Dentro da imensidão d'água, a luz para mim sorri

Sussura minha salvação, me joga rio abaixo
Implora por desculpas ao me ver meu sorriso cabisbaixo
Não pode se conter,
Seu segredo deve manter
E eu aceito alegremente,

Nadando pelas águas, eterna
Passando a baixo de pedras e galhos, água turbulenta
Deixando a cada suspiro a ferida eterna
Sujando a cada nado a imensidão sangrenta

By: Bia


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