Olá,
Eu estou de volta e queria começar comentando uma coisinha que eu vi a pouco em uma rede social. Já aviso que o texto pode ficar longo, e peço para que vocês o leiam atentamente antes de vir deixar críticas\comentários, beleza?
Trata-se de um vídeo, cujo participantes eu desconheço, que tratava a seguinte situação: um pai (ou algo do gênero, pois chamava o garoto de filho) negro perguntando a uma um garoto, branco, "que cor ele era". O menininho responde logo "preto". Em seguida o pai fala sobre ser referencia, exemplo para os seus seguidores, seguir o caminho de Deus e tudo o mais...
Primeiramente, eu deixo claro que posso ter interpretado mal o vídeo, e desconheço o homem e o que quis dizer com tudo isso, mas isto me fez querer ressaltar uma situação presente na minha vida e eis o que eu captei da situação: um homem achando lindo e maravilhoso ensinar ao seu filho, branco, a acreditar ser negro e bater no peito por isso. Pode não ter sido isso, como eu já disse, mas me fez questionar quantas crianças neste mundo, especialmente no nosso país, que passam por esta situação: uma menina branca que diz ser negra por influencia dos pais, ou o garoto negro que jura ser branco por causa da mãe... E também me lembrou um pouco o que passei para "definir" a minha etnia.
Para vocês saberem, minha família paterna descende de africanos, portugueses e indígenas, e a família materna descende de portugueses, franceses e no meio dessas tem até um pingo da Ásia. Quando cheguei a uma certa idade começaram a me perguntar o porquê de eu ter um corpo de mulher negra e ser branca, ou qual "parte da família" eu considerava mais. E eu, que começava a aprender sobre preconceitos, jurava ser negra para não pagar de racista. Então depois eu mudei e assumi ser branca de vez. Mas ficava faltando um pedaço.
Então no meu sétimo ano escolar realizei um trabalho sobre minha árvore genealógica e descobri este montão de família que descrevi lá em cima. Daí que eu fiquei perdidinha, imagine só!
Mas depois de muito pensar, delicadamente, eu parei de me perguntar qual a etnia a qual eu pertencia, mas sim o motivo de isso importar tanto. Quero dizer, eu não vou me "resumir" a uma coisa só. Não quero me trancar num potinho escrito "negra" ou "branca". Foi então que eu aprendi, pelos padrões que qualquer um fez sobre etnias que eu aprendi na escola, que eu sou mulata. Branca, negra e até indígena. Nessa altura do campeonato eu já nem ligava mais. É apenas mais um rótulo entre muitos, que só vai servir para uma pesquisa populacional de tempos em tempos. Eu tenho tanto orgulho dos meus ancestrais portugueses da Ilha da Madeira quanto da tribos de africanos, ou dos asiáticos que fugiram da perseguição católica para a Ilha da Madeira.
As questões que tenho para vocês são: não seria racismo você fazer uma criança acreditar em algo que não é?; Não seria mais "viável" ensinar aos seus filhos como se assumir pela sua cor, E respeitar o restante da sua família?; Até quando ficaremos neste 8 ou 80, de ou você é racista ou você ergue a bandeira da mãe África e se diz negro?
Eu peço: ensinem suas crianças a honrar cada pedacinho delas, cada família presente no seu "sangue", pois é isso que conta. Isso não vai criar pessoas preconceituosas, muito pelo contrário: estas crianças vão ver que, se elas tem um pouquinho de cada canto do mundo, se elas SÃO todos estes povos juntos, não há por quê rejeitar alguém. Se eu sou negro, posso desconhecer o que é ser branco, e ter receio deles. Mas se eu sou negro, branco, norte americano, australiano... Eu não rejeitarei a ninguém. No final, somos todos irmãos, e não é isso que as religiões por aí ensinam afinal, não é?
Minha cor é branca, mas eu também sou negra, logo, desrespeitar um negro é desrespeitar a mim mesma e a minha família, assim também para com os índios, europeus, asiáticos...
E ainda acrescento: ser negro (ou dizer ser negro) não vai te tornar uma pessoa melhor ou mais merecedora de nada. Ser branco não vai te transformar em uma pessoa ruim e moralista. Ser indígena não quer dizer ser um "selvagem" sem conhecimento e ser europeu não te faz superior. A sua cor pouco vai dizer sobre você. Não se deixe resumir por uma palavra.
Eu espero que tenham entendido minha mensagem. Em caso de dúvidas mando o link do tal vídeo para vocês, só comentar aí em baixo.
É claro, você também pode me achar pelas redes sociais, e curtir a página no Facebook caso tenha algo para esclarecer. :)
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Eu estou de volta e queria começar comentando uma coisinha que eu vi a pouco em uma rede social. Já aviso que o texto pode ficar longo, e peço para que vocês o leiam atentamente antes de vir deixar críticas\comentários, beleza?
Trata-se de um vídeo, cujo participantes eu desconheço, que tratava a seguinte situação: um pai (ou algo do gênero, pois chamava o garoto de filho) negro perguntando a uma um garoto, branco, "que cor ele era". O menininho responde logo "preto". Em seguida o pai fala sobre ser referencia, exemplo para os seus seguidores, seguir o caminho de Deus e tudo o mais...
Primeiramente, eu deixo claro que posso ter interpretado mal o vídeo, e desconheço o homem e o que quis dizer com tudo isso, mas isto me fez querer ressaltar uma situação presente na minha vida e eis o que eu captei da situação: um homem achando lindo e maravilhoso ensinar ao seu filho, branco, a acreditar ser negro e bater no peito por isso. Pode não ter sido isso, como eu já disse, mas me fez questionar quantas crianças neste mundo, especialmente no nosso país, que passam por esta situação: uma menina branca que diz ser negra por influencia dos pais, ou o garoto negro que jura ser branco por causa da mãe... E também me lembrou um pouco o que passei para "definir" a minha etnia.
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Então no meu sétimo ano escolar realizei um trabalho sobre minha árvore genealógica e descobri este montão de família que descrevi lá em cima. Daí que eu fiquei perdidinha, imagine só!
Mas depois de muito pensar, delicadamente, eu parei de me perguntar qual a etnia a qual eu pertencia, mas sim o motivo de isso importar tanto. Quero dizer, eu não vou me "resumir" a uma coisa só. Não quero me trancar num potinho escrito "negra" ou "branca". Foi então que eu aprendi, pelos padrões que qualquer um fez sobre etnias que eu aprendi na escola, que eu sou mulata. Branca, negra e até indígena. Nessa altura do campeonato eu já nem ligava mais. É apenas mais um rótulo entre muitos, que só vai servir para uma pesquisa populacional de tempos em tempos. Eu tenho tanto orgulho dos meus ancestrais portugueses da Ilha da Madeira quanto da tribos de africanos, ou dos asiáticos que fugiram da perseguição católica para a Ilha da Madeira.
As questões que tenho para vocês são: não seria racismo você fazer uma criança acreditar em algo que não é?; Não seria mais "viável" ensinar aos seus filhos como se assumir pela sua cor, E respeitar o restante da sua família?; Até quando ficaremos neste 8 ou 80, de ou você é racista ou você ergue a bandeira da mãe África e se diz negro?
Eu peço: ensinem suas crianças a honrar cada pedacinho delas, cada família presente no seu "sangue", pois é isso que conta. Isso não vai criar pessoas preconceituosas, muito pelo contrário: estas crianças vão ver que, se elas tem um pouquinho de cada canto do mundo, se elas SÃO todos estes povos juntos, não há por quê rejeitar alguém. Se eu sou negro, posso desconhecer o que é ser branco, e ter receio deles. Mas se eu sou negro, branco, norte americano, australiano... Eu não rejeitarei a ninguém. No final, somos todos irmãos, e não é isso que as religiões por aí ensinam afinal, não é?
Minha cor é branca, mas eu também sou negra, logo, desrespeitar um negro é desrespeitar a mim mesma e a minha família, assim também para com os índios, europeus, asiáticos...
E ainda acrescento: ser negro (ou dizer ser negro) não vai te tornar uma pessoa melhor ou mais merecedora de nada. Ser branco não vai te transformar em uma pessoa ruim e moralista. Ser indígena não quer dizer ser um "selvagem" sem conhecimento e ser europeu não te faz superior. A sua cor pouco vai dizer sobre você. Não se deixe resumir por uma palavra.
Eu espero que tenham entendido minha mensagem. Em caso de dúvidas mando o link do tal vídeo para vocês, só comentar aí em baixo.
É claro, você também pode me achar pelas redes sociais, e curtir a página no Facebook caso tenha algo para esclarecer. :)
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