sábado, 16 de agosto de 2014

Ciclo Cultural Musical

Olá!

 Neste tempo que estive ausente eu vim pesquisando novas músicas e estilos diferentes do que eu estava acostumada a ouvir, e para variar refleti um pouquinho e decidi vir aqui contar para vocês.
 Todos nós queremos ser melhores que os outros. Isso é algo comum de todo mundo. Muitas vezes nós usamos nosso estilo musical para justificar isso. Quem nunca conheceu aquele headbanger revoltado, aquele funkeiro descolado, entre outros? Mas e se eu disser que no final vai dar tudo a mesma coisa?
 Você aí, headbanger from hell, se é do tipo que diz por aí que o Rock é melhor do que todos os outros estilos, e se acha menos superficial que o restante das pessoas, então você é tão ignorante quanto o mais ignorante dos funkeiros. E você, funkeiro, que pensa que está "abalando", saiba que quem tem dinheiro, carros e mulheres é o seu Mc, não você; você que curte Rap e gasta sua mesada em drogas e se acha super politizado porque é a favor da legalização da maconha, saiba que não é por quê você é assim que está a frente de alguém. Você que paga de punk, picha muro e posta no Instagram pelo seu iPhone, saiba que o movimento punk já acabou faz tempo, e se você quer fazer diferença, faça algo novo.
 A questão é que não é o estilo musical que vai fazer você ser bom ou não. Até porque, a música é um conjunto de ideias. Quem pensa, quem SABE pensar, não pensa em uma coisa, pensa em várias coisas, de perspectivas diferentes. Pode parar para refletir aí: aquela banda de rock que você tanto defende, com certeza se inspira em folk, blues, funk, jazz, country, seja o que for. Quando um músico é bom, ele sabe respeitar outros estilos musicais e sabe juntar um pouco de cada um e criar uma coisa só sua. Se o seu ídolo faz isso, por quê você não pode?
 Veja, você não precisa mudar o estilo musical (vamos chamar de "tribo") que você segue, nada te impede de ouvir o que seus ouvidos aguentarem ouvir para testar.
Até porque, se você quer dar sua opinião sobre um assunto (e isso falo em todos os posts), você tem a obrigação de saber o que está dizendo. Vou exemplificar com Matanza vs. Mc Guimê: o que mais vejo é fã da banda falar mal de funk ostentação porque ostenta sair, curtir, beber, pegar mulher e ouvir som alto. Agora, vamos comparar trechos de música dos dois artistas?

Matanza:                                                                                    Mc Guimê
Bom de noite é ir pra rua    > A noite chegou, "nóis" partiu pro Baile funk 
Tá errado, eu tô fazendo     > Onde tem fervo tem nóis, onde tem fogo há fumaça
E sempre onde tem mais barulho > Porque de segunda a segunda, ha!, é nóis nas festas
Maior cheiro de bagulho      > Fumaça voou com vento
Um barril de puro whisky     > Só de whisky importado

 Agora eu pergunto: qual é a diferença? Se você é contra o funk carioca mas adora sair para beber e fumar em show, considere-se no mesmo nível que os funkeiros no baile funk bebendo e fumando. Se muita gente parasse para pesquisar sobre as músicas não iriam cometer esta gafe.
 E do que adianta passar horas discutindo sobre o que é ou não "boa música"? É mais fácil dar uma chance para coisas novas, assim você vai realmente descobrir do que gosta. Se você curte rap, tente ouvir um pouco de rock; se é funkeiro, ouve um pouco de rap; se é roqueiro, ouve um pouco de pop, e se ouve só internacional, dê uma chance para as músicas nacionais. Não digo legião urbana ou Michel Teló, estou falando de Caetano Veloso, Elis Regina, Raimundos, Dead Fish, Nando Reis, etc. Eu garanto que não será em vão e irão aprender muita coisa.
 Se disse tudo isso, é porque sou prova. Não sou melhor do que nenhum de vocês, mas pelo o menos geralmente sei quando falo sobre um assunto. Eu era do tipo de menina que achava que o Rock estava acima de todos os estilos musicais, e hoje me identifico com artistas desde Marilyn Manson, Avril Lavigne e Iron Maiden até Projota, Facção Central e Tyler, The Creator.
 Quanto mais conhecemos, mais vemos o quão surpreendente é a diversidade das pessoas, e independente do estilo, cultura, etnia, etc, tudo se encontra no meio do caminho. Então, você pode escolher entre seguir este caminho e parar na primeira curva ou continuar na estrada onde tudo se encontra, sem julgar quem ouve o que, apenas aceitar.
 Não veja o mundo pelos seus olhos, mas sim pelos olhos do mundo, de todo mundo.

 

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