terça-feira, 17 de setembro de 2013

Moça

A menina, hoje moça velha,
Senta no banco da praça e observa
Mas que tolas as mocinhas de hoje, não são?
Lembra do tempo de menina, como brincava
Os joelhos não doíam ao pular, corria
Os cabelos inda não caiam ao soltar
Como de índia, serena
Mostrava-se sem medo ou vaidade

Vê agora a mocidade
Não se ouve mais as risadas de risos, são todas ensaiadas
Ouve-se música cada um com seu aparelho, surdo o cérebro
Correm? Jamais! Não quebra o salto!
Pulam, agarram a blusa, medo de revelar a sobremesa pós-jantar
Se pulam, ainda, ajeitam os cabelos, penteados postiços

A senhora, querida, infeliz senhora
Como gozaria de ver estas crianças com suor da inocência
O riso da decência
Sem vaidade, opulência

Levanta e sai, agonia
Se ainda fosse moça...
Liberta o pensamento
Prefere trancar-se novamente nesta sala
A companhia dos homens e mulheres de branco, a medir sua pulsação
Que viver sendo moça, infeliz vaidosa.
By: Bia

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